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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Viagem para o interior de mim..


Minhas crianças viajaram para Espírito Santo do Pinhal e estou enfim, só. O fluxo da vida é tão rápido e tão repleto de multi-tarefas que já não sabia o que era estar só. Certamente estou com saudades dos gritos juvenis aqui dentro de casa mas há muito não ouvia meu próprio grito ou a voz que falava comigo desde a infância.
Quando eu era criança me sentia extremamente só. Minha família não era muito de me deixar sair e ter amigos, não tinha irmãos de minha idade e eu me sentia amarga, sem cúmplices. Então o jeito foi falar comigo mesma e mergulhar na fantasia..Eu tinha um cachorro, um Dobermann, chamado de Storm. Eu o adorava, acho que por tempos tentei faze-lo parecer com uma criança..No entanto, me irritava o fato de ser racional e saber que ele nunca substituiria a cumplicidade que eu queria..Assim, acredito que me tornei, até o início da idade adulta, carente demais. Sempre acreditava, sem malícia, em tudo que me contavam e me custou entender que as pessoas trapaceiam e que teremos que perdoá-las caso não queiramos ficar só..
Felizmente hoje venci a solidão encontrando pessoas (mesmo as trapaceiras), tornando o "estar só" uma opção ou um prazer..Embora não se faça muito sozinho, as vezes é preciso apreciar, contemplar o silêncio porque é só através dele que a voz interior é ouvida, além do som grave e distante do coração..
Os melhores e mais eficientes planos são realizados na solidão assim como a verdadeira saudade só surge nesse momento. Quando sentimos saudades na multidão, talvez seja pelo efeito de comparação ou da carência. Só dá para avaliar os limites da saudade quando nada nos falta, inclusive as pessoas que nos deixam em silêncio por alguns instantes..
Irei aproveitar esse período de Páscoa e tentar me auto-analisar, quem sabe não diminuo meus erros..

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