2009: Ficamos entre os 100 do Top Blog

domingo, 28 de junho de 2009

A fila!


Como sempre fui comprar comida pronta no restaurante do supermercado. Não gosto de comprar esse tipo de alimentação, mas, não tenho paciência de estar com fome e ao mesmo tempo ter que preparar algo. Aliás, "paciência" para mim, sempre foi um transtorno. Embora, as vezes, sou preguiçosa, nunca tive a calma necessária para o ato de esperar.
Cheguei ao supermercado e para minha surpresa, uma fila com quase 30 pessoas. Pelo jeito tem mais pessoas que pensam como eu. O problema é que já pego filas durante a semana nos bancos, na padaria e no trânsito. Pegar fila no domingo também?
Odeio filas!
Todos nós nas filas, ficamos com a mesma cara e por absurdo que pareça tem gente que parece gostar da fila pois quando olho para algumas pessoas elas estão com caras de felizes. Isso me dá mais raiva ainda. Como alguém pode ser tão submisso? Eu fico com cara de brava e irritada. Sei que tem muita gente no mundo (eu até já contribui para isso e ainda contribuo). Não dá para todos serem atendidos na mesma hora, mas, não gosto.
Na fila, a gente nem dobra o joelho para mudar o passo. Parece que os pés só se arrastam. Eu poderia ter me aproveitado da minha nova situação de gestante e passar na frente de todos. Porém, ainda não é o caso, posso muito bem ficar em pé e ainda aguardar meia hora por um atendimento.
Nós, na fila, nos parecemos com a cena daquele filme do Pink Floid, "The wall", ficamos todos com a mesma aparência, andando reto com os mesmos passos e nos parecemos uma massa ao final.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O mundo triste..


Está sendo difícil no período da tarde, com chuvinha, friozinho me manter em alerta. Eu durmo escandalosamente, sem vontade de acordar. Queria ter a liberdade de acordar apenas na hora que eu quisesse, mas, não posso e estas foram as regras que um dia meus antepassados aceitaram bem no início da civilização.
Todos tem que estudar, trabalhar e somente nas sobras de tempo, enfim descansar.
No entanto, eu bem sei que reclamo de pouco pois tem muita gente no mundo que tem muito mais para reclamar.
Choquei-me ao saber que ainda se cometem os mesmos horrores da 2a Guerra mundial. Parece que mesmo com tantas perdas, alguns nada aprenderam sobre civilização.
O grande Buda dizia: "Não posso ser feliz se meu irmão é infeliz". Nós só evoluiremos quando aprendermos que sociedade é um bem para todos e que "amarmos uns aos outros" não é balela, é necessidade. Quando o pensamento social triunfar sobre o poder mecânico, acredito que teremos relativa facilidade em nos amarmos. Até lá ficaremos sempre chocados em perceber a não-evolução espiritual de muitos.
As torturas, os massacres, os genoícidios, o preconceito que são avós do ódio e irmãos da soberba um dia devem acabar. Tenho certeza que um dia as pessoas de bom senso também terão voz e poder.
Imagine se um meteoro colidisse com a terra, com certeza não haveria tempo de saber quem é "amigo". Os territórios, antes belos, seriam todos apenas escombros e talvez não haja mais lugar desejado para se morar. No entanto, ainda teríamos uma chance de reconstrução, a união de nossa espécie. Essa coisa de etnia, poder ou lei do mais forte, não teria mais sentido e seriam bem vindas todas as mãos, todas as inteligências que pudessem ser usadas.
Essa foto postada consta na internet, mostra um soldado israelense apontando uma arma para uma criança palestina em 2008. Triste visão para um mundo que tenta se desenvolver..
Por todo mundo a violência não acaba, embora a maioria das pessoas se classifiquem como bondosas.
Tenho o medo de uma pessoa comum que meu filho que está por vir tenha algum tipo de imperfeição física (acho que todos nós temos ao menos um pouco de "complexo de Sparta"). Mas, o que é a imperfeição física comparada à imperfeição espiritual? Aquele tipo de deficiência que nos impede de ver o todo e nos torna cegos, capazes de apenas ver a nossa própria imagem distorcida, de ouvir a verdade e de sentir compaixão ou solidariedade.

sábado, 20 de junho de 2009

Ele estava quietinho ..


Faz tempo que não escrevo aqui e o motivo é sucessão de alguns acontecimentos um tanto quanto raros...
Estava tudo quietinho aqui, seguia uma rotina massante até que percebo que meu ciclo menstrual estava um pouquinho atrasado.. Então, pensei na tiróide que causa amnorréia e até em menopausa, afinal já completei 40 e tem gente que diz que está na hora. Porém, resolvo fazer um teste de gravidez de farmácia e eis que vem a surpresa: Positivo (depois também fiz o exame de sangue). Ao descobrir, entrei em choque, parafusos, desespero e somente agora me acalmo paulatinamente..
No início, o susto foi alto, afinal já tenho 2 filhos na adolescência, praticamente andando por si e como seria o recomeçar? Aquele choro frenético de 2 em 2 horas?E como seria, trabalhar? De início, pensei em interromper a gestação. Não concordo em nada com a prática, mas, também não concordo com os pseudos moralistas que discriminam a prática, pois eles só asseguram a vida ao embrião, mas não pensam nas tantas meninas sendo comercializadas nas ruas como escravas sexuais, nas outras crianças que vendem limão nos semáforos, naquelas que dormem embaixo dos pontilhões, naquelas que usam drogas químicas com tão pouca idade. Se eu fosse uma dessas crianças, acreditaria que a interrupção da gestação é um ato humanitário, uma vez que a miséria humana só aos poucos é regulada..Um embrião ainda não sintetiza as letras, não pensa na própria sorte...
Bem, mas tive essa idéia na primeira semana, com o tempo, é como se eu pudesse entrar em comunicação com um ser de 10 milímetros. Agora peço aos céus que ele seja para sempre amado..
A natureza apostou em mim para concebê-lo, acho que essa nova energia veio para me re-fazer ...Incrível as forças naturais, são bem mais fortes que nosso querer e a nossa vã filosofia.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Expulsos do Éden, aqui estamos...

Faz algum tempo que não escrevo e não é por falta de vontade. Todavia, aqui estou..
Eu tive uma discussão hoje que não pretendia ter. Quando somos ameaçados de alguma forma, geralmente nossa língua é nosso reflexo mais rápido e ela corta mais do que lança de samurai..
Hoje senti falta de um tempo que se foi. Um tempo que existia, que passou..
Por muitas vezes lamentamos o vinho que não tomamos e continuamos a não tomar outros vinhos...
Só descobrimos que frequentávamos o Éden quando descobrimos que fomos expulsos... Por isso a vida se torna um mar de aceitações da dor e do lamento..
A maioria dos pais ensina o filho a se desviar e poucos são os que ensinam a adestrar tubarões..
Agora pouco adianta dizer "- eu queria que fosse assim", verbo no passado não tem mais ação..

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Hoje pensei no pós-vida...

Enfim, fez um relativo frio no dia hoje. Era um vento gelado e por ironia hoje minha pressão subiu muito e quase me tornei "gelada", ou seja, quase passei para um possível outro lado.
A morte existe a todo momento, mas sua pronúncia nos soa como palavrão. Para alguns é uma maldição, pior que a peste negra que varreu a Europa. A morte é sempre um drama mesmo que seja necessária, afinal a terra ficaria superpopulada e talvez tivéssemos que morar sob os oceanos. Em vários casos, se evita falar que alguém morreu para dizer "- Ele se foi".
Existem pessoas que acreditam que ela seja "descanso" e é à julgar pelo número de pessoas que pedem a Eutanásia no mundo, porque estão sofrendo, talvez seja mesmo. Mas, é ingenuidade acreditar que ela seja um sono. No sono há sonhos involuntários e estes precisam de um cérebro. Talvez a morte seja o "nada" e se é o nada, nada temos à temer pois pararemos de sentir e por conseguinte, de ser.
Todavia, é difícil imaginar a última vez que o ar sairá de nossos pulmões e se estaremos ou não conscientes disso. Quando o ar entrou pela primeira vez foi relativamente fácil, só tínhamos que chorar para comprovar que estávamos ali e não tínhamos escolha alguma a não ser receber ternas saudações dos demais viventes..E depois disso, em algum momento que não sabemos também, tudo irá acontecer de novo, só que de maneira inversa.
Não me preocupava com a minha morte natural pois antes a coisa acontecia com os avós, depois com os tios, mas, agora já chegou nos primos.
Eu penso sobre minha morte de forma narcisistica ou idealisticamente. Não gostaria nenhum pouco que, após meu último sopro, algum jornal publicasse a nota: "A extinta deixa filhos" (não me confunda com dinossauros). Nem tão pouco gostaria que usassem os termos: " defunta", "finada", prefiro que digam: "- Aquela que já passou".
E o problema maior seria traduzido em: E as crianças? E os cachorros? E as dívidas?. Em resumo, de livre vontade, ainda não posso morrer em paz, isso seria egoísta. Preciso cuidar de uma prole numerosa.