2009: Ficamos entre os 100 do Top Blog

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Filhos

Tenho duas crianças, Caio e Letícia. Eu os protejo e quase nunca sei a dosagem disso.
Meu instinto de mãe se desenvolveu aos poucos, não foi automático. Dai fico pensando em erros cometidos no passado, do que era correto ou não.
Eles brigam muito, talvez por diferença de sexos, talvez por ventura do horóscopo, ou, talvez porque a socialização não dependa somente de hormônios, mas da experiência.
Vendo noticiários, todos nós tememos pelas nossas crianças. As previsões globais não são tão boas: as mesmas disputas territoriais, excesso de pessoas no planeta, lixo em demasia até o ponto de não ter mais aterros, porém, ainda permanece forte, a necessidade de propagar nossos genes.
Doravante, filhos são mais do que continuação de DNA, são projeções narcísicas. Em um determinado momento sempre tentamos "entrar" dentro deles e viver por eles.
Logicamente, existe a época natural da separação, como na música da Madonna "Papa dont Preach", mas estamos tão acostumados a termos alguém para governar que nos chocamos com qualquer ameaça de revolta em nosso lar.
E antagonicamente, paralelo aos que super-protegem, o pós-modernismo nos levou para um individualismo exacerbado, onde a própria família exclui seus filhos..
O mundo do trabalho não "comporta" crianças, a menos que elas confirmem a expectativa de seus pais.
Sei que essa prática anti-existencial irá mudar, talvez quando diminuírem o número de crianças nos lares e quando o trabalho da mulher, ou do homem, dentro de casa for valorizado, mais do que a prática de ter dois ou três trabalhos, para ter dinheiro e poder consumir o que virará excesso de lixo um dia...
Eu só tenho dois filhos e vejo a complexidade de criá-los. Sei que devo orienta-los para o mundo, pois este é muito maior do que eu. Por hora tentarei resolver o problema de respeito entre irmãos na mesma casa..

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Corpos incorruptíveis

Durante esses dias eu andei vendo no Youtube, talvez a partir de uma parte mórbida em mim, os chamados "corpos incorruptíveis", ou corpos que chegam a ter séculos, mas não se decompõe. NO Catolicismo existem vários, como da beata Bernadete na França. Dizem que Fernando Pessoa tinha também seu corpo intacto, 50 anos depois de sua morte.
Interessante tentar entender o corpo físico como autônomo, como se respirasse sozinho, mesmo já sem vida motora.
Não sei se existem condições químicas que possam favorecer isso ou se é nosso destino nos tornarmos pó...
Complexo olhar para um espelho e ver o tempo lógico da carne assim como é deveras difícil, olhar para um corpo frio e inerte e pensar por que ele não acorda?
Todavia nosso corpo cumpre diversas funções pelas quais dificilmente recebe gratificações: Quem já prestou atenção em seus dedinhos do pé? co-responsáveis pelos nossos movimentos e de nossa corrida matinal..?
Um corpo em decomposição nos mostra que está morto pela aparência? Mas, não existem pessoas vivas que parecem andar com corpos mortos?
Realmente nossos olhos, vivos, procuram por iguais, por semelhantes embora possam se enganar...

terça-feira, 10 de junho de 2008

O futuro de um adulto

Na sexta-feira, um aluno temperamental comentou "Meu futuro é o que me importa". Ele tem 16 anos e eu fiquei aqui a pensar...
Quando eu tinha 16 anos, pensava que o futuro era me tornar adulta, casar, procriar, trabalhar, etc. Tudo isso veio. Talvez dizer que o futuro é envelhecer não seja pessimismo.
Se entendermos como, na política neo-liberal, que o futuro gira em torno de objetivos e metas, então o futuro cai no que Shoppenhauer diz que é dor e tédio. Mas, se a gente entender que o futuro de qualquer forma, vem, então somos apenas simplistas.
Estranho, tudo em nós é tão complexo, por dentro e por fora. Assim, por tabela, complexamos os anos que ainda não vieram e por mais que possamos prevê-los, pouco ou quase nada, acertamos.
Envelhecer é o futuro real que não ousamos imaginar. Olhamos ao redor prédios milenares, porém, nós mesmos não conseguimos nos imaginar centenários...
Envelhecer é como perder dignidade ou identidade.
Com as novas tecnologias e hormônios sintetizados, talvez a gente extrapole com essa aparência, talvez ela até possa durar bem mais. Não sabemos ainda o que seria chegar aos sessenta anos firmes, totalmente esbeltos e prontos para trabalhos diversos (será que ainda teremos o tempo de vida funcional prorrogado?) . Viver tanto tempo (com ajuda da medicina), nos predispões à idéia de sermos belos por mais tempo.
A aparência pós-moderna tenta se sobrepor à natureza justa e clara, em princípios, e desse embate surge a reflexão: Como será o futuro de um adulto no sec. das Ciências?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Muito trabalho, pouco lazer

Hoje meu horário de saída era às 10:00 horas , sai às 10:15 h, mas não sei porque não gostei das caras de meus diretores que pareciam, por sua vez, não terem gostado do horário que eu estava saindo.
Essa escola ainda é legal no ponto em que notam nosso bom trabalho, porém houveram outras que por mais que fizéssemos era como não ter feito nada.
Isso também me ocorreu na infância, por mais que eu fizesse estava lá a minha mãe totalmente descontente.
Também trabalho aos finais de semana, das 9:00 h às 13:00 h, num Programa chamado Escola da Família. Lá é muito bom, cheio de universitários cansados, mas esperançosos. Todavia, só vejo o namorado nos horários que sobram e que não estou dormindo.
No séc. XVIII e no Brasil até Getúlio Vargas as pessoas trabalhavam até as 18 horas, também não eram notadas e não tinham muitos direitos trabalhistas. Então vieram leis e regulamentaram o trabalho, antes servil, agora assalariado. Mas as pessoas modernas passaram a trabalhar menos? Por um tempo sim, mas depois a vontade de ter carro, casa, terreno, roupa, jeans, etc foi maior e por livre desejo, todos resolveram ter mais de um trabalho e menos horários para o lazer.
Diz na música do Skank que “O caminho só existe quando você passa”.
Na verdade, nós escolhemos trabalhar e trabalhar muito, acreditamos que a qualidade de vida só pode melhorar se o dinheiro vier. Lazer hoje é quase vagabundagem..