2009: Ficamos entre os 100 do Top Blog

sábado, 30 de maio de 2009

Maio, o mês do calor.

É mês de Maio ainda e não vi frio algum como sempre notei até o ano passado. Acredito que a maioria das pessoas gostem disso, afinal frio também é sinal de afastamento e de cláusulo.
Frio é sempre sinal de portas e janelas fechadas.

Eu me sinto muito mal no verão pois odeio transpirar. Deve ser por isso que as vezes me sinto "gelada" demais nas relações. Embora eu seja faladeira nata, nunca me envolvo o bastante e não sei por que.
Infelizmente, acredito que talvez seja por narcisismo exacerbado. O estranho é que até a adolescência sempre me senti muito só e pagaria qualquer mico por uma boa interatividade.
Manter amigos e entes queridos bem cuidados é uma habilidade difícil. Tem algumas pessoas amadas (não irei dizer quem é ou são, pois ela (s) pode(m) não gostar de ter referências no diário, que quando estão perto, a relação me dá tédio, sensação de sufocamento e dai me desligo até o ponto em que elas também reconhecem a relação também como um tédio e se afastam. E quando isso ocorre, fico triste, porque estranhamente (talvez egoisticamente) as queria por perto.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O nobre e o Serafim

Nessa verdadeira aventura de aprender outros idiomas ou outras falas, estou conhecendo partes significantes do mundo. É fascinante entender a história contada pelo seu próprio agente.
Infelizmente, também descobri o quanto somos pobres por aqui. Não me refiro à pobreza de não ter uma nova tecnologia, mas na pobreza do olhar. Uma pobreza que é maior e vem de dentro de nós. Só a conhecemos quando descobrimos mais coisas coisas sobre o mundo.
A pobreza de fato, reside em ter o recurso e não saber utilizá-lo. Com outros países é o oposto. Eles não têm o recurso, mas, sabem como adquiri-lo. Alguns são nobres por essência, sabem usar o famoso bom senso. Geralmente, os verdadeiros pobres são os arrogantes que acreditam que fazem a situação.
O miserável é aquele que chora por si mesmo.
É fácil detectar o sintoma da pobreza, ele se revela quando se acredita que do jeito que está, não está bom.
No entanto, parece que, para se ser nobre é preciso de tempo para que hajam quedas, fibra para se levantar e cultura para não se cair de novo. Nobreza não é título dado, é adquirido com gana por quem escolhe mudar o que não está bom.
O pobre é aquele que quase nunca dá nada à ninguém e quando dá, escolhe criteriosamente para quem dar. O pobre não trocaria o emprego certo de $800,00 por um sonho antigo e seus sonhos são sempre abortados. Assim, se torna frustrado e crítico demais. Isso o diferencia radicalmente do nobre, já que esse constrói castelos sob dunas ou gelo..
Os exemplos de nobres vão desde Samuel Klein até o imperador Hirohito do Japão que, com o final da 2a Guerra Mundial, ofereceu todos os tesouros antigos de seu palácio, sua própria prisão, em troca de pão para o povo japonês...
Sinceramente, agora entendo porque dizem que os nobres são protegidos por Serafins.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vou chegar na Rússia



Continuando no Site onde estou re-aprendendo Inglês, também reiniciei Alemão e iniciei Russo. Esse último é assustador visto que nunca tive contato com aquele alfabeto. No entanto, nada como desafiar um cérebro de 40 anos, meio que cansado de futilidades e erros cometidos pelo "não-saber" pelo qual o corpo físico certamente pagou e paga.
O cérebro é um orgão tempestuoso que pede para ser desafiado tal qual um nobre templário. Caso contrário, ele, além de retroceder, pode se paralisar e ai tanto faz estar vivo ou alguém lhe contar que existe vida pós-morte.
E é preciso desafios à sua altura pois não sabemos até onde ele anda. Na verdade, é uma máquina que pouco conhecemos e sempre negligenciamos.
Bem, o alfabeto russo veio na hora certa. Ele é totalmente diferente do ocidental. Admiro os russos que falam inglês e conhecem todo nosso abecedário. Infelizmente, no Brasil mal falamos o português corretamente e há pouco incentivo para um segundo idioma, o que é muito necessário. Por que será?
Não conseguindo ler nada de russo nas quinze primeiras tentativas, fui para a origem de seu alfabeto e descobri coisas interessantes. Esse alfabeto também é chamado de cirílico porque foi criado por São Cirilo na Idade Média quando foi cristianizar os povos eslavos. Ele se baseou no alfabeto grego para o feito. Não descobri porque ele não ensinou Latim.
O São Cirilo citado provavelmente foi aquele que mandou executar cruelmente a filósofa Hipácia de Alexandria, um dos últimos nomes da Biblioteca de Alexandria. Infelizmente inteligência nem sempre anda paralela ao bom-senso ou à fraternidade. Geralmente ela serve para legitimar forças mais fortes.
Todavia, compreendemos por inteligência nossas capacidades para concentrar e articular o conhecimento e talvez seu conceito real não seja exatamente esse.
Agora, voltando ao russo, ainda não sei escrever seus símbolos e muito menos seu significado. Mas, não irei desistir dele. Algo me diz que ele é fascinante.
Vou deixar uma foto do meu quintal maravilhoso que tem bananeiras ao lado do pé de maracujá. Nunca morei numa casa que tivesse essa fruta. Estou adorando ver sua formação e posso oferecer bananas à várias pessoas. São bananas docinhas.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu tenho boca logo eu vou chegar à Roma

Ultimamente ando estudando inglês, via internet, para ver se minhas limitações diminuem. Todos os dias estudo porque só assim é possível a fixação. Mesmo assim, ainda estou muito longe de ser poliglota ou dominar uma outra língua. Cada detalhe da gramática é mais complexo do que esperava.
Será que não existem pílulas falantes de inglês, do tipo que a Emília do Sítio tomou?
Agora que percebi que não são os recursos, mas a língua que nos limita se quisermos ser cidadãos no mundo. Não poder literalmente falar com "qualquer um" é uma situação que incomoda qualquer ser comunicativo como eu. Poucos percebem, mas são os idiomas que traçam territórios, especialmente se forem das tribos dominantes. No caso do "inglês" acredito que já não é mais questão de imperialismo mas de eleição mundial. É considerado uma das mais fáceis linguagens, bem sintético e objetivo. Quase todos os países a falam como segundo idioma.
Há três anos recebi a visita de amigo alemão, o Hermann. Adorei a visita mas me desesperei por não conseguir o fenômeno da comunicação. Ele falava, falava, eu até entendia, mas não sabia como falar em inglês ou alemão, então dizia "Ok" e dai ele me disse: "- Do you only speack "Ok""?.
Complexo estar com uma pessoa do seu lado, querer saber como são as pessoas de Munich, de seus gostos e desgostos e não poder dizer nada.
Estar livre não deve ser poder ir para onde se quiser, mas poder entender a tudo e a todos, sem intérpretes e tradutores. Os caminhos aparecem no mapa quando entendemos a linguagem do camarada que nasceu em outro país. Caso contrário, vamos nos perder pois um mapa a solo é somente um papel com linhas estranhas em território estrangeiro .
Deve ser por isso que dizem que "Quem tem boca vai à Roma". As pessoas que chegaram em Roma devem ter aprendido a falar com muitas outras línguas para poderem perguntar o caminho..

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Se as peças estão todas soltas...

Quando eu fui trabalhar pela primeira vez, saindo de uma casa cujas permissões para sair eram raras, eu tive um susto.

Foi quase um terror conhecer partes de um mundo que eu nem imaginava existir quando estava somente dentro de casa.

Com 16 anos era mais do que hora para um integrante da classe média rasa ir “se virar”. Acabava-se o tempo de só estudos. E olha que eu agradecia, pois na mesma época que a minha, crianças com 12 anos já ingressavam no mercado de trabalho com carteira de trabalho.

Eu fui uma estudante assídua até chegar na 6ª série. Depois, a preguiça me preencheu e outros assuntos como o falatório, cheio de dúvidas e curiosidades, com amigas me eram mais objetivos. Na 6ª série reprovei pela primeira vez, depois na 8ª série e por último no 1º colegial. Mas, o difícil era agüentar a reprovação familiar. Lembro-me que me olhavam como uma inútil. Aliás, meu pai me disse isso um dia. Bem, acho que eu era mesmo. Somente com o tempo, na idade adulta, é que descobri que adolescentes não tem tanta necessidade de análise sintática como a de descobrir a si próprios. Mas, voltando ao assunto “primeiro emprego”.

Quando descobri o que era deixar de passar seis horas ou na escola ou em casa para passar 8 horas continuando a receber ordens e dessa vez mais ostensivas e ainda ficar mais 5 horas estudando a noite, pensei que iria implodir.

Meu primeiro emprego foi numa escolinha infantil, até que era legal, mas não pagavam quase nada, era um terço de um salário mínimo. Depois fui para uma Confecção de roupas, o trabalho era em pé por quase seis horas e tinha que observar o ânimo dos empregadores que quase nunca eram os dos melhores. Pedi para sair e fui para uma Concessionária de caminhões, trabalhava numa função hoje inexistente, chamada cardex. No início não gostavam muito de mim e não me tratavam bem porque eu demorava muito para acertar o trabalho. Nessa época eu ouvia muito uma música chamada “Isso é só o fim” do grupo Camisa de Vênus, até pensava que tinha sido feita para mim, especialmente quando dizia “- Se o chão abriu sobre os seus pés e a segurança sumiu da faixa e as peças estão todas soltas e nada mais se encaixam...”

No entanto, para meu espanto dominei tudo aquilo e depois decidi sair. Daí fui para uma Indústria Química. No início, mesma coisa, demora a aprender todo aquele trabalho e me sentia um “nada” quando tudo aquilo acontecia e as pessoas ficavam bravas. Lá eu iniciei como telefonista e depois fui para secretária. Todavia, acabou sendo o melhor lugar da iniciativa privada que trabalhei. Lá fiz amigos inesquecíveis e sempre os tive como a família que idealizei. Sem dizer que com o salário de lá é que paguei minha primeira universidade no período noturno.

Por último, quase sem querer, me tornei professora. E nesse trabalho foi o contrário. Adorei o início, me sentindo até importante. Adorei cada livro que li e cada vez que utilizei o quadro negro. Porém, agora, treze anos depois, tem hora que o trabalho não é mais do que obrigação. O prazer se esvai.

Não assusto mais com a grosseria, indiferença ou o mau humor das pessoas, especialmente daquelas que têm certeza de que são as melhores. Porém, acredito que estou cansada de fazer sempre a mesma coisa, mesmo de formas diferentes. Eu gostaria muito de trabalhar com comunicação e quem sabe eu ainda mude de emprego.

Embora as pirâmides, perfeitas, do Egito foram feitas por escravos, dizem que a qualidade do trabalho depende diretamente do prazer que temos em fazê-lo e eu concordo.

As coisas melhoraram muito quando passou a sutil fase da puberdade. Ai sim meu cérebro começou a me ajudar. Acho que o córtex assumiu o controle.

Talvez o trabalho tenha nos sido imposto pelo pecado capital. Não obstante, temos chances de nos realizarmos através dele. A função que exerço agora, não me fez sofrer como as anteriores, mas anda caindo no tédio da repetição sistemática, o que me incomoda.

Levei muito tempo para começar a entender as pessoas, a mim mesma e a importância libertadora de ser uma estudante. Não sei se tinha que ser assim e se fosse diferente seria melhor. As coisas sempre levam uma eternidade para passar se estamos infelizes e sempre temos a certeza de que somos vítimas. Embora eu tenha precisado, talvez, de mais tempo que os demais, acho que agora me sinto mais depurada e espero levar o restante da vida com muito bom-senso, com mais compreensão, especialmente com os mais jovens..

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O sonho estranho


Essa noite eu tive um sonho e não foi um dos bons.

Eu sempre tive alguns sonhos que se concretizavam. Um dia, na sexta-série do Ensino Fundamental, tendo se concretizado um deles, contei para minha professora Nice Jansen (distinta pessoa e muito querida) de Geografia o que havia me ocorrido e ela me disse: "- Isso é premonição". Mas, aquela premonição não era das boas, havia sido a de um terremoto que ocorreu no México e eu havia sonhado dois dias antes como se estivesse lá. Aquele fato me apavorou e eu não queria mais ter esses sonhos até porque qual poderia ser a ação? Eu já era acusada em casa de "falar pelos cotovelos".

Então há muito tempo me calei sobre isso. Não entendo também como é possível prever algo que não ocorreu ainda. Por conta disso, já cheguei a acreditar na teoria que o tempo é cíclico e a gente fica indo e vindo, com relativas lembranças sobre tudo.

Não obstante, com o tempo, o excesso de trabalho em casa e fora de casa ,me impediram do laboro de sonhar de olhos fechados e eu nem me lembrava mais do último sonho que tive até que nessa noite tive um do qual me lembrei.

Minha casa tem um quarto fora da casa (e com banheiro privativo e tudo). Sonhei que eu estava na porta desse quarto olhando a Dianna, minha boxer, quando ela começou a rosnar e então vi um homem sinistro, esfarrapado e ele invadiu meu quarto. A cachorra quis entrar mas ele fechou a porta antes que ela pudesse concluir o feito. Bem, a minha doce Dianna sempre foi meio lerda e sempre tive minhas dúvidas se realmente ela late e morde, embora não gostaria que ela mordesse.

No sonho, me lembro do pavor, mas, acordei antes de ter ocorrido algo.

Todavia, não estou levando pelo lado premonitivo, já que desde que descobri Freud aprendi que sonhos são símbolos e não representam necessariamente o que vemos, alguns jamais terão explicações racionais.

No entanto, quem poderia representar o homem esfarrapado? Temores inconscientes? Algo que tira a segurança que julgo ter?

Temos tantos medos: doenças, falta de dinheiro, falta de luxo, falta de reconhecimento. Qualquer um desses temores poderia ser o homem esfarrapado, sem dizer que na linha psicanalítica evolutiva, ele poderia até ser uma outra parte de mim, a que não conheço.

Não sei o que pode ser esse sonho, mas estou pensando seriamente em dar uma companheira Dobermann para a Dianna.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A cobrança do dia-a-dia


Meu querido diário, já reparou como recebemos cobranças?
- Cobranças de cartão de crédito (a recordista)
- Cobrança bancária, também chamada de "boleto"
- Cobrança de chefes
- Cobrança da amigas (geralmente relacionadas ao tamanho de sua saia)
- Cobrança de marido, namorado, etc
- Cobrança de filhos (esses são 24 horas)

Sem dizer, a auto-cobrança. Será que eu deveria mesmo ter comido aquela lasanha? Ter comprado aquela sombra para olhos? Que eu deveria ter feito isso? Ter dito aquilo? Ter sonhado aquilo? Ter desejado aquilo outro?
Quando nascemos não vêem a hora para que falemos "dadá", "mamã" e tiram palavras de nossa boca para depois termos termos que tomar cuidado com nossas palavras. Quando somos adolescentes nos cobram equações na escola e aprovações no vestibular da FUVEST. Se nos vêem conversando com um amiguinho, já logo dizem "- Tá namorando? tá passando o tempo? ou vai casar?". Depois, quando alguns se casam lá vem a pergunta fatídica: "- E o bebê?". E quando nos divorciamos afirmam: "Melhor você continuar sozinho, né?"
Por muito tempo nossa vida aqui na terra é dirigida e não é por entidades extra-corpóreas. Por fim, damos plena razão aos nossos credores embora eles não tenham nos financiado muito.
Em manifesto, vou deixar uma foto de perfil...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mona, seja feliz!

Hoje lembrei de algo que poderia ser considerado hilário, caso os comportamentos humanos não estivessem mesmo mudando.
Meu primeiro namorado, em minha terra natal, foi quando eu estava com 14 anos. Naquela época não era muito comum os namoros e se aconteciam alguém logo dizia "Tem que casar". Essa idéia sempre me amedrontava dada a imposição.
O namoro assim era conhecido como "namoro de portão". Evidente que jamais contei à alguém que eu já tive um "namoro de portão".
Conheci Roberto porque ele passava sempre na minha rua e um dia parou e conversou comigo. Encantei-me, na verdade não com ele, mas com a idéia de namoro. Porém, logo após o "namoro" ter se iniciado, notei algo estranho no ar, havia muita conversa. Depois, os amigos comentaram: "- Ele é gay". Não me choquei, mesmo sendo a primeira vez que eu "namorava" pois sempre pensei que as pessoas devem ser livres para escolher, mas nunca entendi por que ele quis me namorar. Acredito que ele deveria estar mascarando o irremediável.
Ele tinha 16 anos e não era muito bonito, com o tempo também o achei chato e depois que descobri isso não tinha mais o que fazer.
Hoje ele é conhecido como Mona e se transformou fisicamente. Ela tem longos cabelos ruivos, usa brincos de argolas e seios perfeitos.
Estranho que os homens que me decepcionaram não eram gays, se diziam homens no sentido total, porém, sexualidade afirmada nunca foi sinônimo de felicidade para o sexo oposto.
Todos nós somos moralistas, preconceituosos e juízes do outro.
Também cometo o erro de julgar e é uma falha que preciso alterar imediatamente em mim.
Por enquanto, me sinto feliz porque Mona pode optar por outro corpo e deve ter superado as vaias. Eu até penso que ela levou menos fora do que eu, aliás, será que ela se lembra de mim? Será que ficou mais bonita do que eu?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Gripe suína e gripe humana

Hoje na escola nenhuma notícia foi tão comentada quanto a Gripe Suína que já fez várias vítimas fatais no México.
Pensei quietinha comigo mesma: Complicada mesmo é a Gripe Humana, seus sintomas são altamente transmissíveis: fofocas, futilidade, necessidade de corrupção, individualismo e soberba. Ela também é fatal mas leva mais tempo para matar. Ela se contrai pela fala, ou, pela imitação de comportamentos ancestrais e geralmente só os mais fortes sobrevivem à ela. Há aqueles que conseguem se isolar, dai seus organismos conseguem imunidade.
Infelizmente, a gripe humana pode atingir os demais animais e até o planeta.
Há quem afirme que foi a gripe humana que causou o vírus do HIV no Congo Belga assim como criou a Napalm no Vietnã.
Ao que parece não devemos nos preocupar tanto com a gripe suína como com a gripe humana.

domingo, 3 de maio de 2009

A avó se foi...

Um dia a TV já foi o centro da sala e até mesmo da casa. Quando ela quebrava sempre alguém dizia "- Lá se foi a diversão do pobre". Atualmente ela perdeu sua hegemonia para os tão famosos microcomputadores e somente alguns pobres não têm um.
Há 7 anos atrás comprei uma TV. Era 29 polegadas e na época, meu sonho de consumo, ver uma imagem maior. Como o salário não era tão, digamos, vantajoso, comprei uma usada e aquelas imagens maiores eram um sabor novo. Ela já deveria ter uns 4 anos quando a adquiri. Mas, como todo objeto eletro-eletrônico, era se tornou avó cedo demais. Eu não queria gastar mais do que já gasto diariamente e apostei enquanto pude na avó. Porém, algo sempre me incomodou nessa situação pós-industrial, era justamente sua imagem! Um sabor novo e um tanto problemático.
Com o tempo, ficou pequena demais de novo, porém esse ainda não era o problema maior. Ela sempre teve uma imagem turva, a legenda dos filmes, quando tinha, aparecia duplamente. Tinha manchas nas cores e as vezes eu não sabia se estava assistindo ao meu programa favorito, a Discovery, ou, se era o Poltergeister II. Cheguei a um ponto onde as escolhas eram: Comprar outra ou me fingir de míope.
Aproveitando esse inspirador final de feriado de primeiro de Maio, resolvi não ter mais o trabalho de interpretar aquelas legendas e comprei outra, afinal o que são 10 prestações?.
Eu sei que a avó deve apenas ter um problema de válvula e que não deve ser sério. No entanto, tenho a ligeira certeza que se a levar para um conserto, ouvirei que precisarão trocar várias e várias peças, isso se é que tem jeito para conserto.
Na verdade, eu gostaria muito de ser uma pluri profissional. Entender de carros, TVs e PCs. As três coisas já me ajudariam muito no dia-a-dia. Mas, por que será que não ensinam isso nas escolas, ao menos para a gente ter noção de como funcionam essas peças que mais se parecem macabras visto que nunca a entendemos? Eu preferia aprender a consertar TV do que aprender fórmula de Báskara.
Bem, o último filme que avó transmitiu com louvor foi "Protegida por um anjo" com a Demi Moore. Muito triste a cena onde a mãe tenta salvar seu único filho. Sempre tentamos salvar o que queremos e nos tornamos irracionais quando temos que disputar isso com a natureza das coisas. Não entendemos quando o sopro vital se esvai, queremos em vão retê-lo e fracassamos porque existe mais objetividade natural na vida do que nossa vontade própria. Em suma, sempre estaremos preparados para pouco..
Uma frase muito bela foi dita no filme: "O amor é a incompletitude na ausência"...
Doravante, embora acreditando que a avó não deveria ir tão cedo e não deveria se tornar mais um entulho no planeta, a minha nova imagem agora é realmente bem melhor e não é porque é nova.
A nova TV já veio com menos fama, menos enfoque familiar, mas melhor prestigiada que a avó e quanto à esta, deixo a foto dela de quando ainda estava em funcionamento...E não irei chorar por ela até porque, com certeza, terei destino idêntico ..