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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Detesto Carnaval

Acabou o carnaval. Na verdade, não vi nem ouvi nada que o lembrasse por onde estive. Ajuda o fato que nunca gostei de escola de samba ou alegorias e não sei por quê. Poderia dizer que o elo do não gostar esteja no passado mas no passado eu gostava de ir em clubes e pular como uma louca..
Não acredito nos tempos passado, presente e futuro. Não sinto a divisão afinal as vezes o passado parece que só ficou um tempinho parado e ressurge com toda sua glória como se fosse "hoje". Já o futuro projetamos tanto que ele sempre acontece no momento em que estamos. Confusão, não?
Quando delimitaram o tempo em três , eis que ele começou a brincar com a gente..
No meu período de adolescência, me lembro que eu, meus amigos e os demais adolescentes éramos apelidados carinhosamente de "loucos". E quanto mais assim falavam, mais adorávamos e gostávamos de provar que éramos isso aí mesmo..
Pertenci a um período que reprovava por 0,5 pontos em uma única matéria e quase nos chamavam de "retardados". Atualmente, as novas políticas pedagógicas afirmam que não existem mais retardados (acho que os últimos fomos nós) mas professores que não conseguem ser melhores no que fazem...
Interessante, sou professora, mas, quando estudei, peguei a época em que aluno não era nada e agora, que tenho anos de formada, pego a época em que o professor não é nada. Acho que estou no tempo errado.
A situação, vista de cima, é hilária e Deus deve rir muito de nós, mas ela é necessária. Sofremos muito nas mãos de professores e adultos tiranos. Não sei se liberdade total é algo bom, mas, seguramente nunca deu para aprisionar quem nasceu com instinto de águia. Tenho certeza que minha geração nasceu sob o ícone da águia, mesmo que quase todos, à sua maneira, tenham mudado seus comportamentos.
A adolescência é a fase da inquietação, não tanto física como na infância, mas espiritual e intelectual..
O mundo hormonal explode dentro de nós e a rebelião se torna uma necessidade.
Hoje ainda revejo alguns amigos inesquecíveis, inclusive ex paqueras, do 3o colegial C do Dom João Nery. Todos, em sua diversidade, que usavam calças jeans rasgadas ou pintadas com escritos heavy metal, punk e roupas pretas dark's, se tornaram um Ser só, o Ser adulto. Agora maduros, as vezes não temos paciência com os que estão com 16 anos ou simplesmente rimos das excentricidades do mundo juvenil..As vezes me pergunto, quantos mundos estão contidos na terra?
O passado vive interagindo conosco, ele respira dentro de nós e, ao contrário dos que pensam alguns, ele não envelhece. As melhores lembranças estão sempre no altar e as piores ainda nos causam medos ou vergonha. Bem, naquela época, eu gostava de carnaval. Parei de gostar depois dos 25 anos. Acho que o passado é o que de fato temos e nele esteve sempre a projeção do futuro que ainda queremos. Os tempos sempre se confundem..

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Polivalentes...

Voltei do trabalho agora. Sai da coordenação e voltei para a sala de aula e agora os horários estão mais acessíveis. Em casa, a primeira atitude é ligar o PC junto com um cigarrinho Free One (o cinza)..
Não gosto mais de fumar, aliás, acho o cheiro repugnante mas meu EU se recusa a largar a muleta contra ansiedade..Quanto ao PC, quem diria que podemos até ser atores por ele? (não que já não fôssemos na vida real). Agora as informações estão mais rápidas..e tem gente encontrando casamento com essa ferramenta. Sem dizer os que estão abandonando as baladas pelo MSN. Parece que agora é tudo uma questão de rede e conexão...Ainda bem que deu tempo de ver tudo isso em vida. Mas, será que o problema do tédio urbano foi resolvido? Bem, se somos forçados à interatividade, creio que sim..Se essa interatividade nos dá o prazer, melhor ainda.
Hoje temos que ser polivalentes. Agora as funções estão se mesclando. Não basta ser gerente de hotelaria, precisa ter carteira de habilitação, dirigir, saber utilizar o PC e se precisar ajudar na cozinha..Sem dizer que o condicionamento físico tem que ser sempre bom e xô sedentarismo..
Acho que a classe dos polivalentes deverá ser a sobrevivente se houver o Juízo Final, se não for, com certeza será uma das escolhidas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dialética mia..

Hoje, Caio, meu filho, foi ao supermercado comigo e pediu mil doces diferentes. Ele só tem 12 anos, sua voz já quer engrossar, mas sempre sou acusada de privilegiá-lo demais a ponto dele ser inteiramente dependente..
Ele tem uma história peculiar. Quando tinha 1 ano de vida, nós o levávamos em um Homeopata..Numa determinada época ele teve gripe..e rapidamente sua situação migrou para uma pneumonia. O médico, avesso às curas alopáticas, medicou o bebê com as famosas “gotinhas”...Só que a pneumonia evoluiu, deu desidratação e ele foi parar num pronto socorro comum, onde o alopata afirmou que “o menino estava morrendo”..O homeopata afirmou, mesmo depois do garoto internado, que ele iria sarar com as gotinhas, era questão de tempo mas o alopata dizia que não havia mais tempo. Por também acreditar que tempo não é muito aliado das crenças humanas, confiei ocasionalmente no alopata.....E hoje, realmente erro muito em não usar minha parca autoridade com ele porque quando olho para ele, vem a lembrança de que eu poderia não tê-lo visto mais..E só quem já perdeu algo para valer sabe o sabor do silêncio.
Para mim ele ainda é um bebê e acho que estou precisando fazer terapia para lidar com isso..
Na velha Europa, na ocasião em que seus países eram inimigos, acredito que se desistiu da guerra, depois que vários filhos foram levados e honra e glória não substituíam o prazer de tê-los por perto..Hoje a Europa é unida e forte e não faz tantas crianças..
Na sociedade dos ratos, a fêmea que chegar a perder filhotes, com venenos por ex, trata logo de fazer vários outros. Mas, nós vivemos com a carga da lembrança, não nos adianta parir outra criança pois uma parte de nossas apostas e de nossa juventude foi decepada.
Convivemos a todo instante com a morte, mas nunca a entendemos. Ela é um tabu e nenhuma teologia ou teoria de reencarnação, a torna próxima. Isso talvez porque a consideramos a antítese da vida.
Não existe nada mais lógico do que a finitude material e é tão irracional não entender a morte..
No livro “A desintegração da morte” de Orígenes Lessa, é mostrado um enredo onde a morte foi desintegrada e as pessoas foram condenadas à viver eternamente aqui na terra. O sonho de cada um se tornou o de encontrar a morte. Hospitais que ofereciam estados de coma induzidos ficaram lotados, porque ninguém queria viver para sempre. No livro, até a idéia de Deus sucumbe porque todos sempre tinham associado Deus ao pós-morte.
Assim, a idéia de vida era o triste no livro de Orígenes...
Enfim, é preciso viver muito para não temer mais a morte. No entanto, não é sempre assim que ocorre, pois a morte não é especifica para idosos.
AS vezes penso que morremos quando não temos mais condições de procriar ou somos fracos demais para isso..
Tudo giraria em torno da procriação...Parece que nesse sentido a natureza nos reduziria a meras chocadeiras...Seria esse o limite do corpo?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O grupo...

Pois é, meu invasor, até agora, está firme e forte e nunca vi bichinho tão rápido. Ele tem minha admiração, embora o raticida continue na toca...
Parece que ele dá conta da própria vida, coisa admirável... Infelizmente, Heath Ledger por ex, não conseguiu.
Vivemos em luta existencial e nos questionamos, depressivos, sobre nosso "Eu". O Pensar é um ato doloso necessário e não sabemos onde irá finalizar...
Nesses dias, andei acompanhando o grupo dos roedores e devo dizer que sua sociedade é mais organizada que a nossa, aliás acho que é mais competente, uma vez que resiste à raticidas evoluidíssimos, à ratoeiras, vassouradas e outras...
Já nós, muitas vezes não sobrevivemos à nós mesmos...como foi o caso da Bomba de Hiroshima.
Interessante como eles andam sempre em grupo, se lambem e se cheiram o tempo todo..
Nós, que com nossos lixos ajudamos a mantê-los, já nos odiamos, porque assim nossos avós diziam para fazer..

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Meu invasor teve sorte

Embora não seja uma felina, até agora estou correndo atrás de meu mais voraz invasor, o rato, ou, os ratos...
No sábado vi uma cena hilária, não diria digna de Tom e Jerry, pois naquele desenho só o gato levava a pior, porém, no mínimo engraçada. O rato veio aqui pegar o saquinho inteiro de veneno e estava arrastando-o pela boca quando de repente surge a Diana, a velha boxer, ainda em condições de gladiar. O bicho se apavorou e tentou correr carregando seu saquinho de “comida”, mas não conseguiu e daí tentou carregar apenas uma das iscas. No entanto, a boxer se aproximava ainda mais e ele teve que correr muito, acabando por derrubar sua única isca. Naquele dia, talvez se ele pudesse pensar, diria “que não tem sorte” ou que “Deus não existe”. Ele enxergaria a situação em partes e não teria condições de observar o “todo”. Não teria condições de saber que o tempo todo estava sendo observado, que estava sob mira, que “sorte” ou “azar” pode ser pré-determinado e que estranhamente, seu inimigo, a boxer, havia lhe ajudado, impedindo o carregamento de seu alimento, que na verdade, era um veneno de última geração.
Sempre as criaturas lamentam demais devido à sua visão estreita...
Agora descobri sua toca. Mas só vejo dois filhotes...O veneno está lá na toca, acompanhado de água, dizem que potencializa o veneno. Se ele pudesse pensar, talvez, acreditasse que é um “presente”...
Sua toca, na verdade, é uma espécie de casinha de ferramentas, muito antiga, que já está quase caindo e só a percebi nessa casa agora...
Ontem vieram pessoas de uma dedetizadora...Olharam e nada viram...Mas, disseram que iriam aplicar um veneno à R$ 180,00 (o mesmo que eu já passava e que custa R$ 1,00 o saquinho). Fiquei em dúvida, quem seria o rato?
Uma coisa é notável, a arruda. Onde ela foi plantada os roedores não aparecem..

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Seria uma flor de maracujá?


Hoje acordei e fui correndo ver se não havia mais sinais do rato, invasor difícil. No entanto, o bicho comeu dois pacotes de veneno, desde a semana passada e nada. Mesmo que seja mais de um, nenhum corpo desse ofensivo animal foi encontrado...
Dizem que esse roedor nos acompanha devido aos nossos saborosos alimentos, bem melhor que suas originais raízes de campo e, embora reclamemos dele, ainda bem que o companheiro é ele e não uma distinta sucuri, ou mesmo, um ursinho marrom...
Também tive outra surpresa nessa manhã, essa casa tem uma planta, que tive a certeza que era um pé de guaco, mas hoje vi que estava inteiro em flor...Então, já fiquei com dúvidas, pois a flor é idêntica a de um maracujá. Realmente, as aparências são bem enganadoras...
Há vários anos atrás, eu iria esnobar o maracujá já que dizem que é um calmante nato. Quando eu tinha 33 anos, a idade de Cristo, eu estava no pico de uma tenebrosa depressão. Não sabia o que fazer, apenas me sentia muito mal. Estava doente, mas quando o problema é justamente na central do controle, não temos noção alguma de sua gravidade. Mesmo assim, fui a um psiquiatra e recebi várias receitas de antidepressivos e anti-histamínicos. Achei que seria bom. Entretanto, sozinha, me medicando com aquilo, a coisa piorou e fugiu às minhas tentativas de controle. Por fim, descobri, não sem muita dor, que os remédios levavam embora minhas chances de autodefesa. Foi numa Igreja Evangélica que me refiz e acho que lá aprendi muito sobre humildade. E somente no momento em que toquei de verdade o chão, conseguir ter impulso para subir novamente. Por fim, descobri que tudo aquilo eram resquícios de adolescência mal resolvida, misturada às frustrações várias, daquilo que eu queria ser e não era e nem seria. Por fim, a maturidade chegou e daí venci a depressão..Quando a gente começa a dialogar com a realidade e sai do castelo de fantasias, as coisas tendem a melhorar. A gente aprende a olhar nos olhos dos bichos papões e geralmente, eles fogem.Agora, acho que já estou apta a tomar um suquinho de maracujá, quando quiser dormir mais cedo, ou quando for contrariada, numa disputa de egos, dizer: “- Deixa para lá, já sei como acaba esse filme”. Raiva é uma coisa que sempre passa assim como, salvo a dor da saudade, a própria dor.
Geralmente, a gente só pode reconhecer a planta pela flor ou pelo fruto. Até lá, todas as folhas são verdes e parecem paralisadas.
Há, também descobri que a planta arruda afasta vários invasores, entre eles, o dito rato. Ela era usada na Idade Média, durante a Peste Negra para tanto. Os místicos dizem que é uma planta purificadora. Irei tentar espalhar a arruda por aqui e vamos ver..

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O rato...

Estou cá e caindo de sono. Isto porque praticamente atravessei a noite sem dormir. Tive medo de dormir e meu corpo não respeitar o toque de acordar de quatro despertadores...
Essa semana ocorreu um fato muito ruim e também nojento...Apareceu um rato no meu quintal. Na verdade, não deu para saber se eram um ou vários...Assim coloquei as famosas iscas mata-rato. Por três dias foram digeridas pelo animal ardiloso e hoje as iscas apareceram intactas..
Escutei histórias que provavelmente teria uma ninhada aqui, de que eles deveriam ter feito ninho nos buracos da minha bananeira, que eles também poderiam entrar pelos meus ralos internos, inclusive vaso sanitário e que eles poderiam estar comendo toda minha fiação elétrica no forro do telhado. Pavor!
O roedor é muito menor que eu, mas tem uma força que nem ele imagina.
Depois que ele, ou eles, comeu, ou comeram, o veneno, fiquei pensando: Já pensou, ele nem imagina que foi infectado por um agente químico? Daí fiz um paralelo entre o roedor e nós...Temos algo em comum e nem precisamos da genética para checar. Nós também não sabemos quando nos infectamos irremediavelmente. Já imaginou quanto mercúrio na batata já ingerimos? Quanto bromato de potássio (proibido desde a década de 70) em nosso pãozinho? Ouviu falar das vacinas testadas contra a poliomielite no Congo Belga na década de 50? (pesquise na internet, é muito importante)...
Sem dizer nas cargas venenosas que lançamos contra nós mesmos quando entramos em fúria...
Tal qual o ratinho, achamos que estamos apenas nos alimentando e poucos sabem que o mal entra ou sai pela boca...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Viva a sociedade B!!

Ao que parece nossa sociedade é Cartesiana, ou seja, é uma alusão ao filósofo francês Descartes que sugeriu que tudo deveria ter Ordem, simetria e principalmente Regras. Na verdade, tudo isso já existia antes dele, mas talvez não tivesse sido efetivamente estabelecido..Não parece que a humanidade tenha sobrevivido sem leis ou ordens, ainda que fossem rudimentares...Isso pode ser fator determinante para a evolução civilizatória...O problema é que, as vezes, as regras impõe mais do que nossa frágil psiquê (também em evolução) comporta...
Estamos a poucos minutos do dia 02 de fevereiro, nem dormi e logo terei que acordar..
As crianças entram às 7:30 h na escola e eu, só amanhã, às 8:00 h. As férias acabaram e com ela os bons horários também......Eram bons porque éramos nós que fazíamos...
No entanto, mesmo assim, as vezes sentia que estava cometendo um crime hediondo em trocar a noite pelo dia. Esse foi um ponto que a internet trouxe, que muitos criticam e outros amam. Membros de um grupo não seguem as regras de dormir a partir das 23:00 h.
Existe a hipótese reluzente de que as regras foram feitas para ser quebradas, até porque foram os rebeldes na contra-mão, que trouxeram alguns prazeres como a liberdade de culto e a liberdade sexual..
Não sou "contra-regras", só penso que algumas não dialogam mais com o cotidiano. Algumas foram feitas há tanto tempo que nem os mais racionais sabem sua finalidade. Deve ser porque existe uma massa que acredita que a origem das coisas é irrelevante e vão fazendo tudo igual todos os dias. Para esses, a morte realmente é um descanso.
Estranho, fazemos de tudo com o nosso corpo, impomos horários de comer, de ir ao banheiro, de assistir tv, de acordar e quando menos esperamos, esse corpo acaba...Convencionamos o social e disciplinamos, à duras custas, nossa máquina maior..
Ouvi dizer que existem países na Europa que possuem a sociedade B. Nela, as pessoas mudam seus horários conforme preferem se adaptar e isso inclui as maravilhosas madrugadas, que parece que aqui foram feitas apenas para vampiros, já que todos, desse lado, são obrigados a dormir enquanto a lua se pronuncia...A sociedade B foi implantada em alguns paises, teve benefícios como o fim dos trânsitos de automóveis. Imagina, por que todos nós temos que ir para o trabalho ou escola no mesmo horário? Óbvio que vira caos nas autovias.
No entanto, problema da "B" é que, alguns, que nunca tiveram sono à noite, agora trabalhando ou estudando de madrugada, tem...É, pode ser que o problema não sejam os horários, mas os deveres...