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terça-feira, 10 de junho de 2008

O futuro de um adulto

Na sexta-feira, um aluno temperamental comentou "Meu futuro é o que me importa". Ele tem 16 anos e eu fiquei aqui a pensar...
Quando eu tinha 16 anos, pensava que o futuro era me tornar adulta, casar, procriar, trabalhar, etc. Tudo isso veio. Talvez dizer que o futuro é envelhecer não seja pessimismo.
Se entendermos como, na política neo-liberal, que o futuro gira em torno de objetivos e metas, então o futuro cai no que Shoppenhauer diz que é dor e tédio. Mas, se a gente entender que o futuro de qualquer forma, vem, então somos apenas simplistas.
Estranho, tudo em nós é tão complexo, por dentro e por fora. Assim, por tabela, complexamos os anos que ainda não vieram e por mais que possamos prevê-los, pouco ou quase nada, acertamos.
Envelhecer é o futuro real que não ousamos imaginar. Olhamos ao redor prédios milenares, porém, nós mesmos não conseguimos nos imaginar centenários...
Envelhecer é como perder dignidade ou identidade.
Com as novas tecnologias e hormônios sintetizados, talvez a gente extrapole com essa aparência, talvez ela até possa durar bem mais. Não sabemos ainda o que seria chegar aos sessenta anos firmes, totalmente esbeltos e prontos para trabalhos diversos (será que ainda teremos o tempo de vida funcional prorrogado?) . Viver tanto tempo (com ajuda da medicina), nos predispões à idéia de sermos belos por mais tempo.
A aparência pós-moderna tenta se sobrepor à natureza justa e clara, em princípios, e desse embate surge a reflexão: Como será o futuro de um adulto no sec. das Ciências?

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