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sábado, 26 de julho de 2008

Cruzando os sete mares através de uma porta...


Bem, enquanto minha meditação, inspirada no Best Seller "O Segredo", de obter uma casa em Palm Beach, não funciona, estou cá procurando uma nova casa de aluguel...e digamos, procuro uma no valor aproximado de $ 600,00...visto que já moro em uma de $800,00..

Porém, está deveras complexo, pois verdadeiros cortiços, com telhados ruins, fachada de filmes trash, estão nesse valor. Sem contar que está existindo algumas exigências do tipo: " - Cachorro não pode e criança também não!" (nem consigo imaginar o que seria se as exigências progredissem).

Isto tudo porque temos as Leis Federais e até internacionais de proteção ao animal (incluindo o doméstico) e o Estatuto da Criança e do Adolescente que diz, entre outras coisas, que criança é prioridade dentro da nação. Sem contar a Constituição Federal que diz assim: "Cap. I – Dos direitos e deveres individuais e coletivos/Art. 5: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade de direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes".

Todavia, é tal o desespero dos proprietários modernos e urbanos, que qualquer lei se torna menor.

Na obra "Éramos seis", de Maria José Dupré, evidencia-se uma casa, majestosa para comportar uma família de seis pessoas. Ela é financiada e simplesmente eles passam a vida pagando, passando necessidades diversas para alcançar esse fim...E o fim é alcançado mesmo.

Quando enfim a casa é quitada, a família já não existe, foi desintegrada pelo tempo: dois morrem, dois se casam para fugir da situação de miséria, um vai para a guerra por idealismo e irreverência, a grande Lola, idosa, vai para o asilo e a casa, quitada, sobra solitariamente...

As pessoas personificam suas construções e dão lhe a vida que não elas mesmas não têm. Tornam-se desesperadas por um bem que não se movimenta, por isso o nome trágico : Imóvel.

Houve época em que o Ser humano migrava, atravessava continentes e assim acabou descobrindo que não existiam grandes monstros devoradores. Não obstante, alguém teve a excelente idéia de se fixar próximo a um rio e formar aldeias. As propriedades começaram e deixamos de ser nômades para ser sedentários, acreditando que uma propriedade basta para se ter "tranquilidade". As fronteiras só aprimoraram o instinto arquétipo de defesa de território tal como fazem os gorilas ou os rinocerontes.

Uma pena que, com a evolução social, deixamos a desejar na evolução animal, pois deixamos de cruzar os oceanos para viver em formas geometricamente talhadas. Não tememos mais monstros marítimos, mas bandidos de nossa mesma espécie que assaltam ou violam nossos direitos...

Os pais querem deixar propriedades para os filhos, deveriam deixar cultura e boa socialização para que, se um dia, alguém saiba cruzar o oceano novamente..
E agora tentarei mudar de meditação, Palm Beach deve ser um tédio, melhor Lisboa, onde qualquer trem, sem muito custo, mostra várias maravilhas visuais...

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