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domingo, 3 de agosto de 2008

Ane, a compradora

Hoje, Ane, uma colega, me disse que estava tentando comprar uma tv de plasma à prazo, coisa que nunca tinha feito, pois era do tipo que só comprava quando tinha o valor total do bem...
Porém, nos últimos anos, analisou que já que a vida é curtíssima e os planos de crédito são longos, então talvez fosse o momento de rever seus conceitos...
Na verdade, todos esses planos que possibilitam a aquisição de qualquer móvel ou imóvel, são ferramentas de agiotagem (que nunca teve tão em moda) ...
Quando compramos a perder de vista, pagamos juros que incluem chances remotas de você perder o emprego, se tornar um inválido repentinamente ou morrer..
Do ponto de vista de quem compra por esses meios, a questão é o imediatismo, a ansiedade para se ter o bem de consumo e não de ter que esperar a grana da aposentadoria para tal fim.
Assim, parece que duas partes distintas se encontram, embora nelas existam uma superior e bem mais forte, o comprador e o financiador..
Sempre disse aos meus alunos: "- Matemática é fundamental para sobrevivência"...
Se todos entendessem de continhas de multiplicar e dividir, de tangentes, de área, talvez o capitalismo industrial não tivesse sido fundado...
Com a matemática até o excesso de lixo no planeta diminuiria, tornando a qualidade de vida melhor...
Não precisamos de muito que consumimos diariamente..Por outro lado, precisamos de valores como o bom senso.
Se analisarmos quantas pessoas honestas existem, com certeza são maioria, porém nunca estão em evidência...
Poucos comentam das filas intermináveis das lojas e dos bancos, onde a maioria está é pagando ou fazendo depósitos..Se privam de vários gastos necessários à sobrevivência, para poder manter seus acordos e pactos..
Honestidade é uma obrigação, talvez por isso não notada, sem mérito maiores..
A unica coisa que talvez falte para os muitos honestos, seja a visão prática da coisa, ou seja, não precisam consumir tanto..Precisam apostar mais na própria criatividade, gerenciar seus gastos com menos consumo e ajudar mais as pessoas que não estão em situações melhores...
Minha colega já tem TV, mas quer uma de plasma..Para ter o bendito crédito precisa de referências comerciais, três nomes de onde comprou, três pessoas que possam lhe dar indicação pessoal, CIC, RG e tempo de conta bancária..
Ela se ofendeu por tanta burocracia..No entanto, como comércio trabalha com o público e é impessoal, então ela é somente um número que pode gerar lucro, conforme sua potencialidade..
Na verdade, se ela pensasse melhor, talvez preferiria manter a antiga tv de tubo, que funciona bem e tem uma imagem ótima e o prazer nisso é que ela não deverá nada...
Creio que nos últimos tempos, não existe prazer melhor do que não dever, aliás isso vem se tornando uma odisséia.

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